Ando meio suspenso no ar, mas pesado como uma peça de aço. Uma sensação parecida com a de um vulcão prestes a lançar sua ira. Mas ira é um conceito humano e um vulcão nada tem de humano. E a comparação não se conclui porque eu me sinto frio como o aço. Se existisse algo duro e frio como o aço e ao mesmo tempo incandescente como as lavas de um vulcão, bicho... a humanidade tava no sal. E falando em sal eu me sinto salino, como se corroesse as coisas num momento para em outro fazer brotar um flor. Isso, sim, seria estranho. Um vulcão devasta tudo que "vê" pela frente e onde havia lava germinam flores. Com o sal não acontece isso. Ele destrói por anos a fio qualquer estrutura que construa a sua volta.
Mas, com o passar dos dias e intempéries, eu volto a controlar o meu descontrole sintomático. Algo parecido com revolta, mas sem explicação plausível para tal fenômeno, visto que sou saudável, estou empregado, ganho razoável, estou casado, guardo pessoas especiais em meus momentos mais íntimos. Parece mais um questionamento constante que remove camadas de identidade, reiterando uma personalidade pertubadora. Algo entre o doce do mel e o ácido do limão, entre o macio de plumas e o espinhoso de um cactus. Bom. A sessão acabou... por hoje.
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