terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Guarda-Marquise

Bastou chover em BH, para nós, desprevenidos seres andantes, recorrermos às marquises para abrigar-mo-nos da chuva. Mas a tarefa é árdua. Há de se enfrentar os teimosos usuários de guarda-marquises. Um apetrecho que poderíamos chamar de guarda-chuvas, porém seu uso se faz necessário - por incrível que pareça - debaixo das benditas marquises. Quem está desprovido do acessório acaba sendo jogado para a face externa das calçadas, onde o líquido de São Pedro lhe sapeca a roupa, resfriando o corpo.

Nessas horas é bom usar óculos. Servem-me de pára-varetas. Não sou alto - muito pelo contrário -, mas os transeuntes adeptos de guarda-marquises ostentam-no na altura de meus olhos. Coleciono, desses esbarrões, muitos arranhões nas lentes. E quando fazemos um movimento brusco de demarcação de território? Aquele jeitinho de "por aqui, não, balão!" também funciona, mas as chances de levar um olhar estupefacto são grandes. "Quem você pensa que é?!?! A rua é pública!!!" A chuva, também, digo eu, com olhos desafiadores. Não digo, não. São só pensamentos íntimos. Pensamentos que levam a pensar na infância e em como era bom tomar banho de chuva.

É. Mas agora tem o trabalho e as responsabilidades. E, se imagem não é tudo, no ambiente profissional é muito cobrada. Não chegue molhado no trabalho, porque o ar-condicionado te pega de jeito. A saúde vai lá embaixo e você vai ter de tomar remédio, e remédio tá caro. Melhor enfrentar os guarda-marquises.

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