domingo, 24 de agosto de 2008

As Olimpíadas e os "Antipatriotas"

Com o fim dos jogos, podemos voltar ao dia-a-dia de torcedores. Sem o compromisso de torcer por um país de confederações, também volto eu à minha rotina de apreciador de futebol local. O poder de persuasão das mídias não me atingiu de forma efetiva, pois fui contra a maré no futebol masculino. Torci contra o Brasil e fiquei feliz com a medalha de ouro conquistada pela Argentina no esporte. A lição de moral dada por jornalistas e locutores sobre o espírito esportivo e a necessidade de investimento no esporte entrou-me por um ouvido e saiu-me pelo outro. A imprensa "legisla" em causa própria, como é dito nos casos de deputados e senadores.

Milhões de reais injetados em confederações - sociedades privadas - em detrimento do esporte diário praticado por atletas amadores e semi-profissionais. A regra de investimento no esporte se assemelha aos contratos de terceirização de serviços encontrados no mercado. Um bolo repartido desigualmente, privilegiando "cartolas" e órgãos de imprensa. O jornalismo esportivo atua como um torcedor profissional que recebe ingressos e acomodações para os eventos. Enquanto não se reformular esse jogo de interesses, o esporte será lembrado apenas nos períodos de vacas gordas de audiência e propaganda. As estrelas que brilharam nos Jogos Olímpicos ofuscam, temporariamente, atletas não premiados com medalhas. Os perdedores não terão patrocínios renovados. Os valores monetários serão distribuídos aos vencedores.

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