Qualquer dia desses teremos que andar com carteiras de trabalho ao sair à rua. O espaço público, dizem, não deve ser ocupado por camelôs, pois não pagam tributos. Já pensei na palavra ambulante, com a qual são denominados alguns camelôs, mas não cheguei a uma conclusão. Segundo alguns prefeitos e governantes de um país no Oriente Médio, as pessoas não podem ocupar espaços públicos. Ocorre uma limpeza social ou étnica? Não há respeito a trabalhadores, sejam eles formais ou informais. Quanto custa um registro profissional em carteira? Eu só sei que algumas pessoas se incomodam que um sem-teto ocupe um banco de praça e que um palestino construa um canal em pleno deserto para irrigar sua cultura de subsistência. A diferença parece tão grande, mas é muito menor do que pensamos. Essas atitudes intolerantes constroem muros invisíveis em pleno século XXI e saem das cabeças de representantes do povo eleitos pelo povo. Por isso, pensem muito bem antes de colocar esse tipo de gente na próxima urna eletrônica que você freqüentar.
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