quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Senado: Sarney e seus comparsas

Estou aqui buscando entender a condescendência da mídia grande neste movimento político armado pelo PMDB para eleger José Sarney o próximo presidente do Senado. Só posso dizer que isso se deve ao rabo preso dos "proprietários" - na verdade, concessionários - de emissoras de televisão e rádio, pois durante a "Era Sarney", seu ministro das Comunicações, Antônio Carlos Magalhães, vulgo ACM - já falecido, que o diabo o tenha -, distribuiu "caminhões" de concessões aos seus grupos políticos.

Sarney, o senador-maranhense do Amapá, picado pelo mesmo mosquito que se hospeda na residência de outro ex-presidente, considerou que a "voz do seu povo", ou seja, dos seus comparsas, é a voz de Deus. Voltou atrás em sua decisão de não concorrer ao cargo, jogou para baixo do tapete o acordo que determinava alternância de partidos na presidência das duas Casas - Câmara e Senado - e corre para os braços dos velhos amigos da Arena, PDS, PFL, hoje denominados Democratas.

Papel importante neste golpe têm Renan Calheiros e Jader Barbalho, velhos conhecidos da mídia quando estes presidiram a mesma Casa que agora Sarney deve voltar a ocupar - durante a "Era FHC", o maranhense foi presidente do Senado. Calheiros e Barbalho agiram nos bastidores para que Sarney "resolvesse sair candidato". Isso a imprensa não divulga de minuto em minuto como o caso do adúltero Calheiros e as denúncias vazias dos arenistas-e-tucanos contra o Governo Lula. E o Jader Barbalho, que foi "ministro" da Reforma Agrária de Sarney? Foi esquecido? Tá na ativa ainda. Segundo o jornalista Lúcio Flávio Pinto analisa em seu Jornal Pessoal, Jader deve fazer um estrago nos planos de reeleição da petista Ana Júlia Carepa no Pará.

A conta é simples: um presidente "doa" várias concessões de rádio e televisão; quando entrega o cargo se elege por um Estado onde não possui domicílio - e o mantém como capitania hereditária, para não perder a vaga de senador (não é muito difícil, pois o Amapá possui pouquíssimos eleitores) -; e garante um raio de influência, às vezes, muito maior do que de um Presidente da República no exercício do cargo. Infelizmente, a eleição para a presidência do Senado é indireta. Se fosse direta, não teríamos que passar por esse vexame.

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