sábado, 17 de abril de 2010

Um mundo de cabeça para baixo

Depois da crise econômica, conhecemos a crise ambiental. Inundações, terremotos, secas, furacões, tornados, vulcões. Esses são alguns dos fatos que tomam o noticiário e encobrem o que todos gostariam de saber: - A crise econômica mudou o sistema ou vai continuar tudo do mesmo jeito? A crise, principalmente para os Estados, pois estes ajudaram financeiramente as empresas que jogaram durante muito tempo com as vidas, e empregos, de várias pessoas ao redor do globo terrestre, está aí, gerando novas fortunas para especuladores.

Empreiteiras e empresas de energia continuam sua sanha em busca de lucros estratosféricos e responsabilidades sócio-ambientais rasteiras dos tipo "plantamos mais mil árvores", "investimos cem milhões na recuperação da orla da cidade". O sistema continua o mesmo. Os bônus continuam os mesmos. Os lucros continuam crescendo. Uma crise ambiental é importante para que empresas de construção civil arrematem novos contratos e aditivos contratuais também, pois os prazos sempre são incertos. Imagino que uma pessoa que resolva reformar o próprio banheiro estabeleça um orçamento e que cuide muito bem para que ele não ultrapasse o previso. Na esfera pública não ocorre assim. Os contratos - tão sagrados no mundo neoliberal - não são respeitados quando o dinheiro envolvido é público.

O bem comum não é o ideal para os poucos que lucram com cataclismo. Quantos empregos foram perdidos e quantos serão criados? Quantas famílias são destruídas, quantos imóveis desaparecem debaixo de água e lama? Quantos eleitores investigam a vida dos políticos que buscam os votos da população? Quando iremos agir da forma que deveriamos agir? Quando daremos atenção ao que realmente importa? Quantas vezes iremos ouvir a palavra Deus associada ao comércio da fé? Quantos de nós paramos um minuto ou dois para colocar a cabeça no lugar e pensar no caminho correto a seguir? Eu poderia ter escrito isso aqui n'O Grisalho Noturno, pois se encaixa muito bem na proposta da Terapia da Palavra, mas entendo que há muito tempo não tenho escrito do jeito que deveria escrever aqui. Saudações socialistas aos que leram esse texto até o ponto final.

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