sábado, 15 de maio de 2010

A greve na Grécia ou a greve em Minas?

É espetacular o que a democratização dos meios de comunicação no Brasil poderia trazer ao público faminto por informação, sedento por notícias. A greve dos trabalhadores em educação no Estado de Minas Gerais não merece um segundo de jornais nacionais, mas a greve dos trabalhadores gregos ganha espaço durante uma semana ou duas no noticiário. Mesmo assim, com uma cobertura muito preocupada em não dar nome aos culpados pela crise na Grécia, ou seja, ao neoliberalismo econômico, aplicado em altas doses nos países pobres da Europa. Ou só haveria país rico na União Européia? Não. Há também os pobres, que tomam vacinas econômicas aplicadas pelo FMI, pelo Banco Mundial e pelo Banco Central Europeu, que ficam cada vez mais pobres por conta do pagamento de juros de dívidas não explicadas e injustas, que não têm um aparelho estatal capaz de suprir necessidades básicas de saúde, moradia, educação e trabalho, mas que, enfim, jogam a população no meio de um mercado voraz por lucros e mais lucros.

Em Minas Gerais, os trabalhadores da educação estão em greve há um mês, pelo menos, digladiando com a intolerância do choque de gestão aplicado pelo governo tucano de Aécio Neves e de seu vice Antônio Anastasia. O Governo do Estado gasta muito com propagandas desinformando a população mineira e brasileira sobre o exemplo da educação mineira. Aliás, governos tucanos são mestres em manejar a informação no noticiário amigo. De repente, você ouve que a greve não existe, que são poucos os aderentes; noutro momento, você lê que a greve foi declarada ilegal. E nisso não somos esclarecidos sobre a declaração de ilegalidade sobre uma greve que nem existe! Eu não pretendo jogar meu voto no lixo nas próximas eleições. Pretendo votar em representantes políticos dignos, que atuem de forma correta na formatação de políticas públicas, que não atentem contra o direito de informação honesta e que não entreguem o patrimônio público ao mercado especulador.

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