sábado, 14 de agosto de 2010

O primeiro debate a gente nunca esquece

No dia 05/08, no debate realizado na televisão Bandeirantes (Band), quatro candidatos participaram: Marina Silva (PV), Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL). No site do PSTU, outro candidato à presidência, José Maria de Almeida, questionou o veto ao seu nome e afirmou que faltou uma defesa qualificada do socialismo no programa. Realmente, pela fórmula engessada estabelecida no debate, Plínio de Arruda Sampaio, a quem caberia essa defesa, teve poucas oportunidades para falar e formular suas idéias e seu programa. No entanto, mesmo sem muito tempo para falar, Plínio se posicionou diversas vezes em favor dos movimentos sociais e da reforma agrária, uma verdadeira reforma agrária.

As fórmulas adotadas pela televisão mostram-se antidemocráticas nesse início de campanha legalizada nos meios de comunicação. Plínio, por exemplo, a certa altura do "debate" questionou o "bate-bola" entre José Serra e Dilma Rousseff. O sistema de pergunta, réplica e tréplica ajudou a fixar a bandeira dos dois candidatos no debate. O plano fechado das câmeras, fixados em plano médio dos candidatos, não permitiu a verificação de expressões dos candidatos quando outro estava formulando uma pergunta. Porém, diante de três candidatos representantes do capitalismo, Plínio conseguiu estabelecer seu diferencial em defesa do socialismo. Com certeza, com a participação de José Maria de Almeida no debate, em conjunto com Plínio de Arruda Sampaio, tivéssemos outra bandeira a ser balançada ao eleitor.

Financiamento público indireto de campanha

Nos jornais já começam a aparecer notícias sobre o uso de dinheiro público na campanha de alguns candidatos detentores de mandatos. No UOL, por exemplo, são enumerados alguns casos relacionados a senadores utilizando verbas de gabinete na promoção de suas campanhas eleitorais, inclusive pagando funcionários dos gabinetes no serviço exclusivo de elaborar sites e demais ferramentas de campanha, como contratação de agências de publicidade. O uso da verba de gabinete é imoral nestes casos, pois é direcionado para fins diferentes aos quais deveriam ser aplicados, principalmente porque vários dos parlamentares informados na matéria possuem outras fontes particulares de financiamento de campanha, seja pelo partido, seja por arrecadação de fundos de pessoas físicas e empresas. Mais uma vez a democracia é submetida ao abuso de poder econômico.

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