domingo, 3 de outubro de 2010

O começo e o fim da sujeira eleitoral

No começo da campanha eleitoral, um candidato em Minas Gerais se antecipou à sujeira habitual de cartazes eleitorais: Luís Tibé (PTdoB). Assim que foi dada a largada à campanha nas ruas, já havia cartazes de Luís Tibé espalhados por toda a Avenida Antonio Carlos, que liga o centro de Belo Horizonte à região da Pampulha. No bairro Dona Clara, também haviam diversos cartazes do candidato. Aliás, o cartaz mais legível nesta eleição foi o do candidato Tibé, pois usava o branco de fundo, a foto do candidato e números enormes. Na Antonio Carlos, por exemplo, acho, o candidato contratou escaladores, pois seus cartazes sempre estavam em locais altos, impossíveis de serem rasgados, pichados ou sobrepostos por outros cartazes. Enfim, a legislação eleitoral permitiu e a prefeitura fez vistas grossas a toda essa sujeira. O que fazer?

Já no final da campanha, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo - para ser mais preciso, às 14 horas deste domingo, dia 3 -, Luzia Ferreira (PPS) conseguiu ganhar o posto de sujinha da campanha. Encontrei duas panfleteiras da candidata sujando a Rua Isabel Bueno, no bairro Jaraguá, na maior caradura. Jogavam "santinhos" de Luzia Ferreira em etapas de cerca de 20 passos. Mantinham algumas sacolas abarrotadas de propaganda eleitoral e caminhavam em direção às zonas eleitorais instaladas na Escola Estadual Anita Brina Brandão e no Clube Jaraguá, no final da Isabel Bueno. Na esquina do Cemitério Israelita, as duas cabos eleitorais resolveram descer a rua Pedro Dutra, para escaparem da prisão.

É uma vergonha o Tribunal Regional Eleitoral não punir os candidatos que sujam as ruas na madrugada e durante o dia 3 de outubro. Multa? Para quê? São revertidas aos próprios partidos que cometeram o crime! A pena correta deveria ser trabalho comunitário, começando com a limpeza das ruas. Cada candidato - e não digo cabos eleitorais - limpando o que sujou. Deveriam ser encarregados dessa limpeza já segunda-feira, dia 4 de outubro. Nas mãos um vassoura, um apanhador e um carrinho de lixo - comprados com seus próprios recursos - para apanhar toda a propaganda eleitoral em seus nomes.

Outra questão que a Prefeitura de Belo Horizonte - e outras prefeituras também - devia repensar é o uso das calçadas e muros da cidade pela propaganda eleitoral. É outra vergonha esse tipo de permissão sem consultar a sociedade. São espaços públicos que, de repente, passam a servir à propaganda privada. Em alguns casos, cavaletes de propaganda eleitoral ocuparam grande parte de calçadas e ilhas, impendindo o trânsito de pedestres. Se as autoridades públicas costumam multar carros que estacionam sobre calçadas e ambulantes que se fixam em algumas calçadas, por que essa anomalia eleitoral foi permitida? Fica aí o assunto para discussões futuras. As próximas eleições são em 2012 e espero não ver tudo isso acontecer novamente.

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