Rádio brasileira. Música estrangeira. Jovem Pan. Transamérica. Mix. Oi. Tudo a mesma regra de mil novecentos e antigamente. As gravadoras - sim, elas ainda existem! - enviam seus "singles", as velhas "músicas de trabalho", para emissoras. Aí o que se ouve, seja uma rádio local, seja uma rádio local que faça parte de rede nacional, é música estrangeira. Estrangeira é o "carajo"! É estado-unidense mesmo... "americana"!
O lixo que é produzido lá fora e que é distribuído de forma repetitiva e plastificada. As velhas fórmulas. Músicas curtas para serem digeridas entre um e outro semáforos. Um velho professor de radialismo dizia que uma rádio comercial, qualquer rádio comercial, toca umas 30 e poucas músicas no ano. Só isso.
Aí vem um locutor - com voz e "comunicação" idêntica ao da emissora concorrente - e diz para o ouvinte escolher uma música. Certa vez, um amigo meu ligou para uma rádio em Goiânia de músicas de consultório e pediu um "heavy metal". Não foi atendido. Mas, isso não acontece mais. A emissora optou pela grade de programação forçada. Só clássicos da MPB ou velhas baladas "americanas". Música em inglês.
Não se ouve nenhum outro idioma em rádio brasileira que não seja inglês e português. Esse último idioma tem seu espaço diminuído a cada dia que passa. Para não ser ingrato com radialistas, os que atuam de forma independente, seja bancando programas do próprio bolso ou por meio de leis de incentivo, mostram trabalhos de qualidade ao contrário da programação pasteurizada das redes.
No meu trabalho, eu só ouço música direto da fonte. Rádio é coisa do passado.
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