A distinção entre público e privado na área da comunicação ganha contornos de insanidade mental. Na França, o presidente Nicolas Sarkozy anuncia que os canais de televisão estatal não devem mais exibir publicidade. A medida fez, em questão de segundos, as ações da maior emissora privada subirem. Vários sítios de informação deram que o dono da empresa privada "valorizada" é amigo íntimo do presidente francês. Dessa forma o que era privado caiu na esfera pública em benefício do privado. A emissora estatal ficará apenas com um excedente do que for anunciado em emissoras privadas.
Na revista Caros Amigos deste mês, o jornalista Hamilton Octavio de Souza comenta que "a briga por publicidade é apenas um dos motivos da 'eterna vigilância' privada". Essas palavras lançadas tem como cena o "embate" iniciado pela Folha de São Paulo ao criticar publicidade da Vale (do Rio Doce) na TV Brasil, a emissora estatal lançada pelo Governo Federal.
Na faculdade de Comunicação, eu já havia presenciado essa briga por espaço publicitário em emissoras. Em 1998, o radialista Jorge Kajuru criticava a inclusão da Rádio Universitária de Goiânia (da Universidade Federal de Goiás) nas pesquisas de audiência. O motivo da peleja era o "um ponto - às vezes dois - percentual que a emissora angariava da audiência". Não que a Rádio Universitária obtivesse com isso uma receita publicitária digna de fazer cobiça. A história seguia basicamente aquela questão dos votos válidos em eleições. Os empresários consideram que emissoras públicas devem ser consideradas como votos nulos ou brancos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário