segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Poupança

Hábito que todo brasileiro devia ter - o de poupar - é bombardeado diariamente pela mídia castradora das parcelas "que cabem no seu bolso". Leio todos os dias que os juros estão caindo, mas o reflexo na ponta de cá, do consumidor, é outro. Quando o preço das matérias-primas sobe ocorre o efeito cascata em toda a cadeia produtiva, mas quando os juros do Banco Central caem ocorre o Efeito Cascata com letras maiúsculas.

Há muito tempo que ouço que poupança não é negócio. Só que lendo publicações que tratam sobre o assunto a idéia é oposta. Os perfis definidos para aplicadores mostra que o chamado investidor conservador tende a aplicar a maior parte de seus recursos em renda fixa. Ao contrário desse tipo de aplicação, a caderneta de poupança não tem incidência de Imposto de Renda. Você pode resgatar quando quiser, sem sofrer penalidades, desde que tenha um mínimo de 30 dias de aplicação.

A inquietude das pessoas, movida pela propaganda agressiva de estabelecimentos comerciais, impede o hábito da poupança, aquele de guardar uma parcela da renda para necessidades futuras. A sociedade virou refém do termo "gastar", porque senão gastar a economia não cresce. Mas, se a pessoa optar por gastar no presente, não terá recursos lá na frente, num caso de doença na família em que o plano de saúde não cobre determinada enfermidade. Isso quando a pessoa tem plano de saúde, porque se não tiver vai depender do serviço público de saúde ou, pior, contrair - assim, mesmo, como se fosse uma doença - um empréstimo para bancar o tratamento.

Até para quem tá pensando em investir em ações, os especialistas avaliam que o mínimo para entrar nesse tipo de aplicação seja uns R$ 5 mil. E como o investidor junta esse montante? A sugestão é poupar. Porque se o seu perfil de investidor é do tipo conservador você dificilmente vai querer correr riscos e sendo o mercado de ações de alto risco estes cinco mil reais devem representar no máximo 5% do valor total que você tenha guardado.

Levando-se em consideração o exposto pela revista EXAME (Ed.911), a aplicação em ações é indicada - no caso de pequeno investidor, ou seja, aquele que tem R$ 100 mil - para o perfil moderado, na porcentagem citada acima. Para o pequeno investidor com perfil conservador, o mercado de ações não é indicado. As opções vão de fundos de renda fixa a, no máximo, fundos multimercados. E a diversificação é a arma para se proteger dos riscos. A poupança é sempre indicada pois é o único tipo de aplicação garantido pelo Fundo Garantidor de Crédito que estabelece um mínimo de R$ 20 mil. A Caixa Econômica Federal é a única instituição financeira que garante integralmente os depósitos de poupança. Nas aplicações em fundos de investimento não há garantias pelos depósitos, nem pelos rendimentos.

Então, na hora de pensar em aplicar seu dinheiro suado, juntado a custa de muito trabalho, é melho estudar todas as opções e não colocar todos os ovos dentro de uma cesta apenas.

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