Mais um bastião do conservadorismo na América Latina cai por terra: o poder exercido pelo Partido Colorado no Paraguai. Como sempre, a mídia conservadora tentou jogar lama no ventilador durante a última semana, antes de os paraguaios escolherem seu presidente. A intenção seria de jogar o Brasil contra o candidato que empunhava como bandeira a renegociação dos termos assinados da construção da hidrelétrica de Itaipu. Pelo acordado, o Paraguai - que consome apenas 5% da energia gerada por Itaipu - vende o excedente ao Brasil. O valor, segundo Fernando Lugo, não condiz com o mercado de energia. Ele propõe um reajuste, no que o Brasil é contra. E foi nessa pedra que o PIG (internacional) apostou para derrotar mais um candidato de esquerda. Assim como no caso da Bolívia, criaram uma escalada de notícias tentando informar que o paraguaio seria prejudicial aos negócios do Brasil.
Os jornais partidários conservadores bem que se atreveram a formular uma nova Tríplice Aliança para jogar o Paraguai novamente no atraso. Lugo, porém, mesmo vencedor, vai enfrentar uma oposição feroz em seu Legislativo. Como bem notou Eduardo Guimarães, a oposição elegeu mais deputados e fará de tudo para prejudicar a administração do país. O Brasil também padece deste mal, já que mantém no Congresso Nacional representantes do atraso político. Pessoas que se beneficiam ainda hoje do coronelismo político e midiático. A esquerda comemora mais um representante eleito no continente. Retomamos um caminho golpeado há mais de quarenta anos, quando vários governos populares foram derrubados por ditaduras patrocinadas pelos Estados Unidos.
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