A formatação dos chamados "dossiês de direita", agora, ganha um novo capítulo na política de difamação internacional. Não é que os EUA descobriram nos computadores apreendidos em ação ilegal no Equador que o presidente venezuelano Hugo Chávez mantém relações com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia? O pior de ler mantérias conduzidas por gente externa às atividades jornalísticas é notar a forma como a notícia é criada.
"EUA acreditam que arquivos de computador da guerrilha colombiana são verdadeiros"
"Dados sugerem ligação de Chávez com Farc"
"Uma série de arquivos confidenciais de computador vinculando intimamente o presidente Hugo Chávez a rebeldes comunistas tentando derrubar o governo da Colômbia parece ser autêntico."
"A Interpol ainda não emitiu a sua opinião sobre a legitimidade dos arquivos."
A matéria, tradução no jornal Valor deste fim de semana, é assinada por José de Córdoba e Jay Solomon, The Wall Street Journal, de Bogotá. O jornal, inclusive, em suas traduções publicadas no Brasil é mestre no uso da expressão "segundo pessoas a par do assunto". Uma forma repetitiva de manter sigilo da fonte. Como os benditos relatórios sobre o Iraque, o sigilo da fonte nestes casos esconde órgãos de governo dos EUA, uma espécie de assessoria de imprensa do Pentágono.
A oposição brasileira age da mesma forma, ao escancarar dados sigilosos e acobertar funcionário que cometeu crime de responsabilidade, utilizando órgãos de imprensa que sabiamente respondem com o direito de manter o sigilo da fonte. O crime maior neste caso dos cartões corporativos não foi da criação do banco de dados, como bem disse a ministra Dilma Rousseff. Foi, sim, a publicação e divulgação na imprensa. O que achariam tais órgãos de imprensa se um funcionário de suas redações retransmitisse um furo para seus concorrentes? Ou, pior, que este mesmo jornalista agisse secretamente sabotando os trabalhos de criação, divulgando estratégias para outras emissoras e publicações?
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