O corporativismo de deputados e senadores é de um descaramento atroz. Quando não estão preocupados com aumentos de salários surreais, criam um subterfúgil para deixarem suas obrigações. Pretendem, com este "recesso branco", fazer campanha para seus candidatos nas eleições municipais. Seja filho, seja esposa, seja genro, seja irmão, ninguém perderá seu familiar senador/deputado nos palanques por esse Brasil afora. Isso tem nome: abuso de poder. Como têm o poder do mandato e não há mecanismos para a sociedade solicitar o retorno deles ao trabalho, os políticos profissionais se especializam em criar suas próprias normas, seus próprios acordos. Em período de festas juninas, lá se vão - em revoada - para as chamadas "bases eleitorais". Chega julho, dão uma parada para as férias - uma delas. Quando avançarmos para dezembro, já estarão eles preocupados com convocações extraordinárias, responsável por verba extra. O deputado federal Chico Alencar (PSOL) já dizia em seu boletim lá em 2004 - quando ainda estava no PT - que "o extraordinário virou ordinário e mais uma vez o Congresso Nacional é chamado a trabalhar no recesso. Nenhum problema quanto ao trabalho, mas o que precisa acabar de vez é essa indústria das convocações, que valem para senadores e deputados dois salários adicionais, num total de R$ 25 mil a mais por menos de um mês de labuta." Depois reclamam que não têm tempo para votações, que o Governo cria obstáculos para o trabalho do Congresso, que assuntos urgentes precisam de tempo para serem discutidos.
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