sábado, 2 de agosto de 2008

A reforma da Língua Portuguesa

A tão propagada reforma nada mais é do que um remédio amargo, uma camisa-de-forças. Já acompanhei expressões do tipo "os lusófonos vão falar igual". Não vão! A reforma é da escrita. No falar as coisas vão continuar livres, porque esse é o barato da língua. Você não é obrigado a falar como escreve. Já pensou o penar dos portugueses em escrever contato ao invés de contacto? Na oralidade, continuará o prazer de emitir esse "c". Vão desaparecer os acentos. Não era chamoso escrever cafèzinho? Já na rede de computadores, não podemos nos aventurar no uso de acentos. O padrão é o anglo-saxônico - ou anglossaxônico - que já não nos permite acentuar coisa nenhuma. Exemplo: fui votar no Brasileiro Imortal e meu nome registrado ficou "JOS CRISTIAN". Não poderei escrever baiúca e lingüiça (nova versão: baiuca e linguiça). Não terei mais idéia (nova versão: ideia). Uma padronização absurda, que só pretende acorrentar o idioma. Pelo que tenho acompanhado - tão pouco, porém muito mais do que a média de brasileiros - ainda teremos salvaguardas para o uso "incorreto" das grafias por mais quatro anos.

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