quarta-feira, 15 de abril de 2009

Jornalismo televisivo: o visual acima do conteúdo

A Globo - que faz aniversário junto com a ditadura militar - anuncia mudanças no seu visual, nos cenários, na maquiagem, nos cabelos. O conteúdo e a linha editorial, no entanto, continua a mesma. A ditadura da imagem na Globo só não é maior que a da Rede TV. O arremedo de emissora exclamativa - o ponto de exclamação é o símbolo da Rede TV - costuma divulgar espelhos de imagens para evitar a divulgação de marcas, nomes de eventos ou nomes de estabelecimentos comerciais.

Nisso, a pinta que figura no lado esquerdo do rosto de uma repórter pula para o lado direito. Um "famoso" numa festa - a emissora só entrevista "famosos" em festas - pode ser convocado pela própria esposa para dar explicações sobre aquela aliança na mão errada. O sabão OMO - um palíndromo - não teria problemas com o "espelho" de imagem, mas a emissora tem outra ferramenta ditatorial: uma máscara de imagem. Esta torna ilegível determinados pontos da imagem que vai ao ar.

No mais, desconfio que são instrumentos somente aplicáveis em gravações. Numa passagem ao vivo a Rede TV não teria muita agilidade para controlar o conteúdo. Na emissora do Jardim Botânico, ainda vejo a velha fita adesiva tapando marcas e propagandas em bonés e camisetas no programa Altas Horas, de Serginho Groisman. E propagam que a democracia nas comunicações está chegando com a TV de alta definição... Errado. Democracia haverá quando mais pessoas e mais canais puderem produzir e transmitir outros conteúdos.

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