quarta-feira, 3 de junho de 2009

À direita do Brasil

O único caminho para tucanos, democracas e arenistas é o Atlântico. À direita do Brasil no mapa mundi, o oceano é o lugar-fronteira destinado aos criadores-de-caso, aos criadoress de escândalos-castelos-de-areia. À esquerda do Brasil, os países da América do Sul não são adequados para políticos anti-povo. Não satisfeitos com a popularidade do Governo Lula, retomaram a velha tática das CPI-holofotes. Com duas cajadadas pretendem destruir a imagem da Petrobras, imagem esta conquistada através da transparência, excelência e governança corporativa atestada mundo afora.

Outro velho fantasma conservador a reaparecer na mídia foi Mailson da Nóbrega. Hasteou a velha bandeira do PSDB e gritou a quatro ventos que o Banco do Brasil deveria ser privatizado. Como? Por quê? Para quê? Só porque o Governo Lula definiu que o banco, como instrumento de desenvolvimento do país, tem que diminuir as taxas de juros de empréstimos e financiamentos para forçar bancos privados a fazerem o mesmo?

Como bem lembrou O Espelho, publicação da CONTRAF, os bancos estrangeiros que por aqui aportaram mantém taxas até 10 vezes maiores do que em seus países de origem. No Reino Unido, o HSBC trabalha com uma taxa média anual de 6,6% enquanto no Brasil chega a 63,42%. O Santander, na Espanha, cobra em média 10,81% anualmente enquanto por aqui suas taxas chegam a 55,74%. O Citibank, nos Estados Unidos, aplica taxa média de 7,28% por ano. No Brasil, a taxa chega a 60,84%. Apenas o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal trabalham com taxas decentes. Altas, mas decentes quando comparadas estas.

Outra figura desprezível que reapareceu na mídia foi o goiano Ronaldo Caiado. Não acredito que o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, balance no cargo por conta desse famigerado defensor de milícias. Vinte anos atrás, Ronaldo Caiado fora candidato pelo PSD, um dos vários espectros do partido da ditadura militar, a Arena. Com a redemocratização, o partido-camaleão mudou de nome várias vezes, chamando-se PFL e, hoje, Democratas, uma afronta à palavra, visto que uma democracia não pode ser formada de ditadores.

A questão é: a direita está assanhada. O conservadorismo ainda persiste na mídia grande, que considera estranho o que é popular. A mídia grande que não fez nada para impedir o golpe ditatorial que impugnou o mandato do governador do Maranhão, Jackson Lago, e os votos dos seus eleitores. A mídia grande calou. Calou para não prejudicar o "Pai da Comunicação Moderna", o senador José Sarney, do PMDB. Sarney, outra cria da Arena, soube trilhar o caminho do poder. Aparelhou dois estados de uma vez e manda como coronel. Foi o "Pai da Comunicação Moderna" porque os grupos oligopolistas de comunicação no Brasil devem a ele, e ao falecido ACM, as inúmeras concessões de televisão e rádio que perpetuam o conservadorismo no país.

Quando digo que o caminho para esses conservadores, direitistas e fascistas é o Atlântico não me refiro ao acidente da aeronave da Air France, nem que gostaria que essas pessoas estivessem naquele avião. Refiro-me, simplesmente, à posição (à direita) do que o povo brasileiro deseja.

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