sábado, 6 de junho de 2009

Uma outra Copa é possível

O leilão da Seleção para 2014 já deve ter rendido à CBF a eternidade. Todos sabemos que só levou o "prêmio" de subsede da Copa quem pagou o pedágio. Agora, proponho, com cinco anos de antecedência - para que possamos organizar por eleição direta - o espetáculo de futebol "Uma outra Copa é possível" a ser realizado nas cidades preteridas no leilão armado por FIFA-CBF.

Belém, Campo Grande, Florianópolis, Goiânia e Rio Branco, bem como outras que se candidatarem, seriam palcos de uma Copa Democrática, com seleções formadas por eleição em seus países, livres de interferências de patrocinadores e empresários. O que vemos hoje é um verdadeiro balcão de negócios em que jogadores vestem as camisas de suas seleções por meio de contratos publicitários e outras questões nada futebolísticas.

A proposta da CBF de utilizar estas cidades para acomodar as delegações é de um cinismo e burrice estupendos. Quem em sã consciência, com jogo marcado para Manaus, vai se hospedar em Belém? As distâncias, no Brasil, são bem maiores do que em países como a Suíça, sede da entidade acima da lei denominada FIFA.

Quando ouvi do presidente vitalício da CBF, Ricardo Teixeira, que na Copa de 2014 não entraria dinheiro público, acreditei. Não creio mais. A exemplo - aliás, mau exemplo - do Panamericano do Rio de Janeiro, a Copa da FIFA pretende enriquecer muita gente com superfaturamento de obras, especulação imobiliária e regalias. Imagino que durante o "espetáculo" do anúncio das subsedes, a festa foi maior entre as empreiteiras e incorporadoras imobiliárias brasileiras.

Podem dizer que "realmente, a Copa de 2014 não receberá um centavo de governos, visto que estes atuarão na criação de infraestruturas urbanas para as cidades, um dever dos próprios governos". Sim, mas quem definiu onde os governos irão aplicar dinheiro não foram os governos, nem o povo brasileiro, foi uma comissão de "notáveis" do negócio chamado futebol. Propina e gorjeta são sinônimos, porém sabemos que uma palavra tem um peso diferente da outra quando envolve o erário e os serviços públicos.

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