Mais uma cortina de fumaça tomou conta do noticiário nacional. A briga entre Globo e Record mostra que não tem santo nessa novela transposta para os noticiários. A emissora de Edir Macedo diz que a Globo requentou fatos antigos e, em resposta, denunciou velhas atividades da vênus platinada. Um exemplo foi o negócio PROJAC com recursos da Caixa Econômica Federal.
Como os negócios das duas redes de televisão vão além das novelas e programas de auditório, uma briga por audiência vira lavanderia de roupa suja. Quem lava mais branco fora do país? Enviar dinheiro para fora do Brasil e trazer em forma de empréstimo é um dos artifícios mais comuns nos processos de lavagem de dinheiro. O benefício da isenção de imposto em obras religiosas é outro artifíco comum na sonegação de impostos. Uns compram, com dinheiro de "fiéis", vários imóveis, residenciais ou comerciais, nos bairros onde funcionam os "templos"; outros compram emissoras de rádio e televisão e jornais, revistas e outros tipos de empresas.
É uma pena que essa velha disputa por "audiência" reapareça num momento tão delicado, em que os segredos do Senado vieram à tona. Quando verificávamos que não só o presidente José Sarney estava envolvido em atos secretos, mas todos os integrantes das últimas mesas diretoras do Senado, abriram uma cortina de fumaça. Não só o presidente do Senado, também o vice e demais secretários da Mesa Diretora, todos estão envolvidos até o pescoço em irregularidades. Se expuserem todos os senadores à investigação de seus atos, o Senado não vai ter quórum para nenhuma votação até o final dessa legislatura.
Enquanto isso, o Brasil segue vendo um circo de horrores nos meios de comunicação, onde uma gripe suspeita tem mais espaço do que problemas maiores como a malária ou a Doença de Chagas, responsáveis por milhões de mortes. As gripes, aviárias e suínas, ainda mal explicadas, estão enriquecendo os "senhores da guerra", que em tempo de paz utilizam o pânico para ganhar dinheiro.
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