sábado, 3 de outubro de 2009

O labirinto do Mercado Central de Belo Horizonte

À entrada do mercado não me dei conta de que estava num boteco. Sábado. Ainda não decorei os caminhos do Mercado Central de Belo Horizonte. As últimas lojas que visitamos neste sábado deveriam ter sido as primeiras. Artesanato, bijouterias, jogos educativos e móveis. Para quem entra na esquina da Curitiba são alguns lances de escada. Para quem entra no meio da Curitiba é um samba do crioulo doido. Logo de cara tem um boteco, bar, barzinho. Confesso. Não sei se é um ou se são dois. Há um corredor humano alcoolista que impede entrada ao coração do mercado. Por isso, seguimos pela esquerda. Pessoas inteligentes seguem à esquerda. Frutas, verduras, gente, temperos, queijos, gente, doces, boteco, gente e mais gente. Às vezes o negócio é sinistro. O banheiro, por exemplo. Uma entrada comum. Bilheteiros atrás de grades. Duas portas. Homens. Mulheres. Não entrei. Mas as testemunhas, minha esposa e minha sogra, aferiram que não é o melhor lugar do mundo. O melhor e o pior de tudo num mercado é ter nariz apurado. Você descobre aromas agradáveis - essências - e cheiros desagradáveis - animais - conforme circula pelo local. Lugar interessante, mas tem loja que proíbe por meio de cartazes que se fotografe ou filme vitrines ou utensílios específicos. Numa delas, se bem me lembro, havia um circuito fechado de televisão com três ou quatro câmeras para um ambiente de uns 10 metros quadrados. Numa loja de bijouterias, igual às da Carijós, há um observador-salva-vidas. O sujeito fica no alto de uma cadeira de costas para a entrada da loja, mas com visão privilegiada de seu interior. Outro dia eu volto lá. Tenho que comprar um aquário - ou dois - para os peixes da minha filha Beatriz. Você deve estar se perguntando "são tantos peixes que essa menina tem?". Não. São três, mas só convivem bem quando estão em dupla. E não dá para identificar muito bem quem é o bangunceiro, pois já separamos em duplas diferentes e estiveram pacíficos. O problema é quando estão em trio. Ah, também volto ao mercado para descobrir os sons dos tambores de uma loja de materiais de capoeira. Toquei apenas um tambor. Não deu tempo de tocar o berimbau. A dona já tava fechando a porta.

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