quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Um pouco de merda no noticiário

Lembrei do ACM, falecido Antonio Carlos Magalhães, quando vi o presidente Luís Inácio Lula da Silva anunciar as manchetes dos jornais quando falou "quero tirar o povo da merda". O ex-ditador da Bahia era mestre na previsão - e criação - de manchetes no seu largo tempo na política. Lula falou o que toda pessoa indignada desejaria dizer, porém o feitiço de suas palavras podem virar lá na frente contra ele, o feiticeiro. Já vejo os tucanos usando na campanha eleitoral: "Tá com Lula, tá na merda". São praticamente sete anos de governo do Partido dos Trabalhadores e sua aliança. Vão dizer que em sete anos Lula não tirou o povo da merda, mas eu pergunto: e quem o colocou na merda? Os defensores de FHC, o entregador de patrimônio público, dirão que isso é mais uma desculpa, como a da herança maldita. Eu completo: herança jacente - a que, não sendo reclamada, passa para a fazenda nacional. Os tucanos deturparam os significados em oito anos e criaram um nova perspectiva sobre cada palavra, um novo dicionário, para descrever em tintas falsas a entrega de patrimônio público como venda, como solução para os problemas do país, e fazer ouvidos moucos ao clamor da população que pedia que a Companhia Vale do Rio Doce e as empresas de telecomunicações não fossem doadas à iniciativa privada ao custo de empréstimos de mãe para filho. O capitalismo é mesmo uma merda.

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