domingo, 12 de setembro de 2010

Pauta de Pariu: quem pauta quem nas Eleições 2010?

Como detentor de uma conta de e-mail no Universo Online (UOL), sempre que me desconecto do e-mail, sou "premiado" com o portal de notícias do UOL. E o que mais me assombra é a forma como o Grupo Folha atua na campanha do tucano José Serra (PSDB). Hoje, por exemplo, tem debate na Rede TV, e o UOL, por meio do jornalista Marcel Vincenti, tenta pautar o debate com os pseudo-escândalos da semana: a suposta quebra de sigilo fiscal de Verônica Serra, prisão de políticos aliados do PT no Amapá e ação de lobista da Casa Civil.

Como se os verdadeiros problemas do país fossem matérias jornalísticas de cunho duvidoso, sem provas e basicamente favoráveis à José Serra, o jornalista Marcel Vincenti acha que essa seria a "munição" de Serra para mudar o jogo. Eleição é uma coisa mais importante do que ataques sem provas, do que denuncismo e espionagem profissional. Os jornais escondem, por exemplo, o que só a Carta Capital denunciou esta semana. Trata-se de assunto antigo, tão mal coberto pelo Partido da Imprensa Golpista (PIG), que agora volta à tona.

O jornalista Leandro Fortes escreveu matéria demonstrando as relações de Verônica Serra com outra Verônica, no caso, Verônica Dantas, a irmã de Daniel Dantas. O período de análise refere-se à sociedade das duas em uma empresa responsável pela quebra de sigilo bancário de pelo menos 60 milhões de correntista brasileiros em 2001. Seria interessante também que a imprensa, essa mesma que esconde matérias como essa escrita por Fortes, começasse a pesquisar outro jornalista, Amaury Ribeiro, bem como Andrea Neves e Aécio Neves. Esses personagens tem mais respostas para a quebra de sigilo na Receita Federal do que qualquer petista de plantão.

Pauta que pariu! Jornalistas que deveriam se preocupar com a publicação de verdades têm agido como espiões e contra-espiões numa batalha suja e inibindo o real debate político brasileiro. Esse debate, por exemplo, deveria ter espaço para questionamentos ao neoliberalismo, ao capitalismo, à concentração de renda, ao poder de corporações na legislação, ao descaso governamental com a saúde e a educação, com a falta de representatividade política brasileira, que traz mais empresários - e lobistas de empresários - nos poderes legislativos e executivo do que a real porcentagem deste setor na população brasileira.

O eleitor, em sua maioria, faz parte de uma categoria - são trabalhadores, uns com carteira assinada, outros sem carteira assinada - e, no entanto, não colocam no Congresso, nas Assembléias e nas Câmaras de Vereadores outros trabalhadores. Esse é o verdadeiro problema político brasileiro.

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