quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sem opções, cara-pálida?

Não costumo ver o programa Pânico, da Rede TV, mas no domingo vi um trecho. Sabrina Sato no evento do Comunique-se. A piadinha juntos aos jornalistas era: - Você já viu um eleitor do Plínio? A crítica em tom de galhofa é digna de quem costuma gritar que não tem opção na política, que não gosta de política e acaba votando do amigo do amigo, no primo da amiga, no José Serra - por falta de opção? -, no Geraldo Alckmin - por falta de opção?. Eu entendo que vota quem quer e quem não quer que não reclame. Opções não faltam. São milhares de candidatos. São dezenas de partido. O que os engraçadinhos da televisão precisam fazer é se posicionar. Se não vão votar, por favor, tirem dos programas os quadros que ridicularizam os políticos e os candidatos. Se vão votar, beleza, estudem e pesquisem os candidatos com um mínimo de decoro, de modo a tirar um sarro com os erros e hipocrisias.

Não pode é jogar todo o trigo no joio e dizer que não tem trigo ali. Não pode é jogar todo o trigo no joio e não fazer o mínimo de esforço para separá-los. É comum em período eleitoral algumas pessoas se posicionarem contra os políticos e votarem nos mesmos políticos de sempre. É comum algumas pessoas se dizerem apolíticas quando na verdade são apocalípticas. O PSTU tem uma frase batida, mas excepcional: - Quem bate cartão não vota em patrão. Outro dia um desses engraçadinhos falou que isso é velho, que nem existe mais esse negócio de cartão. Meu amigo, ainda existe trabalho escravo em carvoarias do Pará, do Mato Grosso e de Minas Gerais; existe trabalho infantil em Goiás e no Maranhão; existe exploração sexual de menores e de maiores no Sul e no Sudeste.

Então, de que lado do chicote você quer ficar? Se respondeu do lado "a", tá errado; se respondeu do lado "b", também tá errado. Nós, socialistas, lutamos para que não haja mais chicote. Lutamos por jornadas de trabalho mais justas, por remunerações mais justas, por respeito aos direitos humanos (constitucionais e civis), por uma sociedade mais justa, pelo fim da desigualdade social e econômica. Não me venham gastar tempo na televisão dizendo ao público que não existem opções na política. Existem. Basta fazerem os seus trabalhos dignamente, sem apelar para o humor fácil que, muitas vezes, é o humor burro.

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