segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Votos Válidos e Representatividade Eleitoral

Desde o fim das eleições deste ano que eu estava querendo escrever alguma coisa sobre os "votos válidos" tão propagados pela mídia grande. Hoje em dia as corporações midiáticas, apoiadas na nomenclatura estabelecida pelos tribunais eleitorais, deixaram de informar, de realçar, as porcentagens obtidas pelos candidatos do total de votos em disputa. Ou seja, se o voto é obrigatório no Brasil, se o total de eleitores aptos a votar foi de 135.804.433, por que os jornais e as emissoras de rádio e televisão não informaram seus leitores, ouvintes e telespectadores que a presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) foi eleita com 41% dos votos e que o segundo colocado, José Serra (PSDB), obteve 32 % dos votos? O que custa dizer que 27% do total de eleitores não escolheram nenhum dos dois candidatos?

Bem, José Arbex Jr., no artigo "Derrotar Dilma nas Ruas", publicado pela Caros Amigos, comentou o assunto na edição deste mês de novembro. Vale a pena conferir. Arbex cita, por exemplo, que "4,7 milhões anularam o voto, 2,5 milhões votaram em branco e 29 milhões se abstiveram". Se os órgãos de comunicação divulgassem a realidade do país, as pessoas ficariam sabendo que, ao invés de haver um divisão entre duas correntes políticas no Brasil - representadas por PT e por PSDB -, há na verdade uma divisão no entre três parcelas. Uma parcela representativa do eleitorado, cerca de 5 pontos percentuais a menos que o segundo colocado, não apoiou nem um, nem outro candidato a presidente.

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