sábado, 20 de agosto de 2011

Educação: greve em Minas Gerais

Já se passam mais de dois meses e o governo do choque administrativo de Minas Gerais não resolve atender as reivindicações dos trabalhadores da educação. Nenhum jornal em Minas Gerais se propôs a debater a greve. Nenhuma tevê em Minas Gerais levou o debate ao ar. Nenhuma rádio em Minas Gerais, durante agitados fins de tarde no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, pôs no ar as vozes em choque de trabalhadores e governo. É uma greve longa, corajosa e sem o mínimo apoio da imprensa. Como a imprensa vive hoje de anúncios governamentais - federais, estaduais e municipais -, sua audiência, seus telespectadores e seus leitores não recebem a informação dos fatos: mais de dois meses de greve. Trabalhadores em luta por uma pequena melhoria salarial. As condições de trabalho não serão melhoradas em função do regime em que vivemos, do capitalismo, que põe a educação em gôndolas de supermercados. O salário, um dos quesitos a serem melhorados - os outros são saúde, moradia e segurança, alinhados a educação e trabalho -, é um ponto apenas da discussão mas, ainda assim, é o obstáculo estabelecido pelos políticos de carreira que aumentam o próprio salário e bloqueiam o acesso dos demais trabalhadores da vida real aos mesmos reajustes. O ano letivo nos colégios estaduais está prejudicado. Crianças esperando uma solução. Pais preocupados com o futuro dos filhos e o governo mentindo na tevê, no rádio e nos jornais. E a imprensa omitindo fatos da vida mineira. Quem estudar o passado pelos jornais de hoje vai encontrar um vazio explicado apenas pela intolerância do poder público e do capital privado.

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