quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Greve dos Bancários: assembleia 13/10/2011


Os bancários participaram novamente nesta terça-feira, dia 11, de assembleia da categoria em frente à Caixa da Rua Carijós, esquina com Espírito Santo. Decidiram pela continuidade da greve em virtude da falta de proposta da Fenaban. No dia 13/10/2011, nova assembleia será realizada em frente ao Itaú da Rua Carijós com a Rua São Paulo, no centro de Belo Horizonte, às 15 horas, para decidir o rumo da greve.

O diretor do sindicato Fernando Neiva avaliou que os banqueiros estavam aguardando o resultado do Tribunal Superior do Trabalho sobre a greve dos Correios. Com ameaça de corte dos dias de greve e de descomissionamentos - redução de três avaliações negativas para uma (no caso do BB) -, parece que a previsão do diretor do sindicato vai caminhando para sua concretização.

A questão que, infelizmente, tem sido sonegada pelos sindicatos refere-se à participação crucial do Governo Federal no entrave das negociações. As palavras pesadas da presidenta Dilma Rousseff e de sua ministra Miriam Belchior contra os grevistas, relembrando os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Luiz Inácio Lula da Silva, silenciou a Fenaban após a recusa da categoria aos 8% de reajuste.

A Central Única dos Trabalhadores informa agora aos clientes bancários em alguns cartazes de greve o telefone da Fenaban. Ora, a Fenaban é o braço sindical da Febraban, é o sindicato patronal dos bancos. Quatro bancos federais estão na chamada mesa única e possuem o mesmo patrão: o Governo Federal (são eles: Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco do Amazônia e Caixa Econômica Federal). Gentileza, CUT, informar também aos clientes bancários o telefone da presidenta Dilma.

Vamos lembrar também que nos últimos anos o Banco do Brasil adquiriu alguns bancos e que os funcionários desses bancos não possuem os mesmos direitos dos bancários naturais do BB: Banco do Piauí (BEP), Banco Nossa Caixa (BNC) e Banco do Estado de Santa Catarina (BESC). E estão em discussão nessa campanha melhorias para esses bancários. Essas diferenças são heranças do presidente Lula, que fez o favor ao BB de manter outras diferenças deixadas pelo presidente FHC, as dos pré-98 e pós-98.

Em 2007, Lula afirmou que greves sem cortes de salários eram férias. Já este ano, voltamos a ler e ouvir as recomendações da equipe econômica da presidenta Dilma Rousseff sobre o controle da inflação, alegando que os reajustes salariais seriam um dos motivos do aumento da carestia. Com isso a incompetência da equipe econômica em controlar os índices inflacionários passa para o elo mais fraco da cadeia produtiva: o salário dos trabalhadores.

Enquanto os bancos propõem um reajuste de 8% - ou 0,56% sobre a inflação do período -, as escolas particulares já avaliam reajustar as mensalidades em 12% no começo de 2012. Outro dia, após mais de 100 dias de greve, o movimento dos trabalhadores da educação em Minas Gerais foi asfixiado pela Justiça e pelo Governo do Estado de Minas Gerais.

Resumindo, o Governo Federal do PT, do PMDB e demais partidos aliados e o Governo de Minas joga sobre os ombros dos trabalhadores as penalidades de uma economia altamente concentradora de renda nas mãos de poucos. Com isso, os bancos continuam apresentando os maiores lucros do mundo e os professores continuam recebendo salários de fome em Minas Gerais. E os funcionários dos Correios? Estes continuam à mercê de sua administração oriunda de conchavos políticos do Governo Federal. E ainda querem botar a culpa nos sindicatos e nos grevistas!

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