terça-feira, 24 de junho de 2008

Banco Público, Banco Privado

Reuniãozinha básica no Sindicato dos Bancários em Belo Horizonte no começo desta noite deu um tom frio ao já frio ambiente de reivindicações dos trabalhadores do Banco do Brasil. Pouco mais de 30 pessoas compareceram à assembléia que discutiu uma paralisação de 24 horas para o dia de amanhã. No final das contas ficou estabelecido que o sindicato fará alguns atos em três pontos da capital, chamando os bancários para acompanhar informativos sobre plano de cargos e salários, substituições e outros assuntos da categoria.

Para quem não é cliente do BB, a questão principal é que ele não é um banco estritamente público, como a Caixa, e não é privado, pois a maior parte do controle dele está nas mãos do Tesouro Nacional. Essa independência, em parte, do Governo fez com que o banco procurasse ampliar sua base de clientes e oferecer crédito a mais pessoas, como financiamento de veículos e imóveis. Porém, ele teve que ir para cima da concorrência, ou seja, dos bancos privados. Com isso, teve que adaptar seu modelo de gestão ao que é utilizado no mercado. Essa mudança foi brusca e refletiu no atendimento em geral nas agências, visto que assumiu em vários estados as folhas de pagamentos de servidores públicos, como Bahia, Maranhão, Minas Gerais e Piauí.

Um ponto que gostaria de salientar dessa reunião no sindicato não é o pequeno quórum, mas a disposição de algumas pessoas na busca por melhores condições de trabalho, por discutir assuntos de interesse não só do bancário, mas do cliente também. No Banco do Brasil, o funcionário só não veste a camisa da instituição porque não se tem uniforme. Mas, neste ano, em que ele completa 200 anos, cada um dos trabalhadores que estão ali sabem o papel importante do BB no desenvolvimento do país. A concorrência é saudável? É, porém não se pode seguir modelos completos desenvolvidos por instituições que não têm metade desta história.

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