segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Debate de verdade ou de mentirinha?

A Folha e o UOL anunciam que começam nesta terça-feira, dia 17/08, os debates entre candidatos ao governo do Estado de São Paulo. Na quarta-feira, dia 18/08, será a vez do debate entre candidatos a presidente no Brasil. Os dois órgãos de comunicação prometem algo inédito: "dois debates eleitorais transmitidos em áudio e vídeo, ao vivo, pela internet".
Muito bem, muito bem. Que tal algo realmente inédito? Que tal algo desafiador à mesmice antidemocrática que paira em todas as eleições?
Que tal debates eleitorais transmitidos em áudio e vídeo, ao vivo, pela internet, contando com todos os candidatos, todas as visões em disputa nestas eleições? Que tal debates de verdade e não verdadeiros bate-bolas?
Os profissionais de imprensa podem reclamar: "Um debate com todos os candidatos é contraproducente!"; "Não teríamos tempo para acabar nossas matérias antes do fechamento dos jornais!"; "Isso é impossível!"; "Você está falando sério?!?!"; "Ninguém vai ver isso?"; "Muito longo!".
E o desafio de fazer um jornalismo de verdade? Com um debate de verdade, com todos os candidatos disponíveis, os jornais teriam material para publicação durante uma semana. O leitor teria tempo para analisar cada proposta, cada idéia, cada candidato. Infelizmente, nos formatos atuais, esses "debates" entre os três primeiros colocados em pesquisas de opinião pagas por partidos, conselhos de categorias profissionais e empresariais, servem apenas para manter idéias, propostas e ousadias políticas longe dos eleitores.
Eu não quero candidatos defendendo o capitalismo empresarial. Eu não quero candidatos defendendo o capitalismo estatal. Eu não quero candidatos defendendo o capitalismo ecológico. Eu sei o que eu quero. Eu quero o socialismo e muitos eleitores que não respondem a pesquisas viciadas também gostariam de conhecer o socialismo. Muitos eleitores que pretendem votar em branco ou anular seus votos, se fossem apresentados ao socialismo, também o prefeririam e comparação ao capitalismo das exclusões, ao capitalismo do emprego seletivo e do desemprego repressivo. E entre os "eleitos para debates" não constam socialistas.
Desculpem-me, mas "candidatos mais bem colocados na disputa" não é uma expressão democrática para a escolha dos participantes no debate. A Folha e o UOL deveriam promover algo inédito na História: um debate de verdade, um debate entre todos os candidatos, sejam a governador, sejam a presidente.

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